Uma das canções que Arnaldo Antunes cantou ontem à noite na Casa da Música.
Lembrando o tempo em que vivíamos nas barrigas das nossas mães e éramos: "um feto
sereno confortável, amado completo, sem chão sem teto,sem contato com o ar...".
O concerto contou com a participação de Manuela Azevedo em duas músicas, e na plateia podia-se ver também Hélder Gonçalves, dos Clã.
Debaixo d'água
Arnaldo Antunes - 2001
Debaixo d'água tudo era
mais bonito
mais azul mais colorido
só faltava respirar
Mas tinha que respirar
Debaixo d'água
se formando
como um feto
sereno confortável
amado completo
sem chão sem teto
sem contato com o ar
Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia
Debaixo d'água por encanto
sem sorriso e sem pranto
sem lamento e sem saber
o quanto esse momento
poderia durar
Mas tinha que respirar
Debaixo d'água ficaria
para sempre
ficaria contente
longe de toda gente
para sempre
no fundo do mar
Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia
Debaixo d'água
protegido salvo
fora de perigo aliviado
sem perdão e sem pecado
sem fome sem frio
sem medo
sem vontade de voltar
Mas tinha que respirar
Debaixo d'água tudo era
mais bonito
mais azul mais colorido
só faltava respirar
Mas tinha que respirar
Todo dia
Todo dia, todo dia
Todo dia
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