quinta-feira, setembro 22, 2016

Apontar é feio



Trouxeste o olhar baço

Entre a tristeza e o cansaço

Dizes tudo aquilo que eu já sei

Errei, mas eu também

Não prometi a ninguém

Ser eternamente a solução

Esqueceste a compaixão

Há pouco espaço pra perdão

Nem sei como to pedir

Tremeu a tua voz,

a oscilar entre o ficar e ir,

E a seguir

Tu chamaste-me traidor,

Mas nem me importa esse teu dedo acusador

Pois sem rodeios,

Sei bem que apontar é feio mas

Desapontar-te é pior

Perdeu-se o nosso espaço,

Agora entregue ao embaraço

Mordeste o lábio, deste um passo atrás

Caminhas contrafeita,

Como quem chama e rejeita

No teu jeito inocente de querer paz

Ficámos sem guião,

Neste jogo de abrir mão

Em que se um desistir o outro perde

E eu sinto-me tão mal,

Quem em mim a culpa corre e ferve,

De nada serve

Tu chamaste-me traidor

Mas nem me importa esse teu dedo acusador

Pois sem rodeios

Sei bem que apontar é feio mas

Desapontar-te é pior

Tu chamaste-me traidor

Mas nem me importa esse teu dedo acusador

Pois sem rodeios

Sei bem que apontar é feio mas

Desapontar-te é pior

Desapontar-te é pior