sexta-feira, setembro 07, 2012

A Voz do Deserto



Cinco partes tem o mundo
Por todas andei

Quatro cantos tem a terra
Quantos eu cantei

Quantas naus foram ao fundo
E eu fui mais além

Quantas noites tem a espera
Mil e uma tem

A voz falou no deserto
Contou que o rumo está certo

Terra prometida
Longa vai a minha viagem
A voz do deserto
Vai me dar a tua imagem

Quantas voltas deu a esfera
Quantas dei também

Quantas noites tem a espera
Mais nenhuma tem

Cheguei ao fim do deserto
E eu sei que andaste tão perto

Terra prometida
Acabou a minha viagem
Hoje no deserto
Eu toquei numa miragem

A voz do deserto...

quinta-feira, setembro 06, 2012

O tempo não passa por quem é bom

Em 1982, três amigos resolvem formar uma banda. Eram eles: Rodrigo Leão (Baixo), Pedro Oliveira (Voz e Guitarra) e Nuno Cruz (Bateria).

Começam a ensaiar e decidem chamar-se Sétima Legião (que era o nome da Legião romana que veio à Lusitânia).

Nesta altura a música da banda era muito influenciada pelos sons que vinham de Manchester, nomeadamente Echo & The Bunnymen e Joy Division. Concorrem à Grande Noite do Rock onde ficam em segundo lugar.

Susana Lopes (Violoncelo) e Paulo Marinho (Gaita de Foles) juntam-se ao colectivo, ao mesmo tempo que Francisco Menezes começa a escrever letras para as canções.

A banda chega a actuar com todos os elementos envergando gabardinas, como era usual nas bandas de Rock inglês, praticantes do som de Manchester.

A Fundação Atlântica (editora discográfica de Pedro Ayres Magalhães, Ricardo Camacho e Miguel Esteves Cardoso) contrata a banda, em 1983, ano em que gravam o single "Glória" com letra de Miguel Esteves Cardoso. Este disco recebe grandes elogios da crítica, mas não obtém grandes favores da rádio e passa quase despercebido.

Susana Lopes abandona o projecto, ao mesmo tempo que entram em estúdio para gravar o novo disco: um LP que sairá em Julho de 1984 e se intitulará "A Um Deus Desconhecido", considerado ainda hoje um marco da nova música portuguesa.

Como a Fundação Atlântica fechou, a EMI, que fazia a distribuição das suas edições, contrata a banda para o seu próprio catálogo.

Ricardo Camacho (futuro produtor de muitos discos e médico de profissão) junta-se à banda, ficando encarregado dos instrumentos de teclados, ao mesmo tempo que Rodrigo Leão começa a ensaiar com Pedro Ayres num novo projecto que ficaria conhecido como Madredeus.

O novo disco da banda só sairia em 1987 e intitulava-se "Mar D'Outubro" (1). Continha os temas "Sete Mares", "Reconquista" e "Além-Tejo". Este disco torna-se um grande sucesso, atingido o galardão de Disco de Prata e sendo o grande trampolim para a ribalta. À custa deste disco, a banda conseguiu fazer muitos concertos.

O colectivo já contava com novos elementos quando o disco foi gravado: Gabriel Gomes (Acordeão) e Paulo Abelho (Percussões).

Em Novembro de 1989 é editado um novo LP da banda "De Um Tempo Ausente" que conta com vários convidados, entre os quais Flak, Francis (ex-Xutos e Pontapés), Luís Represas, Pedro Ayres e Teresa Salgueiro. Contendo os temas "Por Quem Não Esqueci" e "Porto Santo", este disco é, outra vez, um sucesso de vendas e de crítica.

Apenas em 1992, a banda regressa às edições com o novo disco "O Fogo" que já não é muito bem recebido pela crítica e não obtém o desejado sucesso comercial.

Em 1993 actuam no Mega-Concerto "Portugal Ao Vivo" no Estádio de Alvalade, onde gravam a quase totalidade do disco ao vivo "Auto de Fé" que será editado em 1994, contando com a participação especial dos Gaiteiros de Lisboa (de que Paulo Marinho era, também, um dos fundadores).

Rodrigo Leão afasta-se da banda, por não poder continuar nos Madredeus e nos Sétima Legião . Em Julho de 1996, o baixista Lúcio Vieira entra para a banda, substituindo Rodrigo Leão, nos espectáculos ao vivo.(2)

Em 1999, após se pensar que a banda tinha terminado, é editado o CD "Sexto Sentido", um disco muito diferente dos anteriores, onde a electrónica é dominante e os "samplers" de temas recolhidos por Michel Giacometti e Ernesto Veiga de Oliveira têm um destaque até aí nunca lhes dado por uma banda Pop em Portugal. Este disco, apesar das boas críticas, revela-se um verdadeiro "flop" comercial.

Em 2000 é editado "A História da Sétima Legião", um disco que faz a retrospectiva da banda e contém ainda dois temas inéditos ("A Luz" e "A Promessa").

Em 2003 é lançada uma compilação dedicada aos intrumentais dos Sétima Legião. A compilação inclui os inéditos "Sétima Volta", "Ilha Perdida" e "Silêncio da Terra" e uma remistura de "Ascenção".

Monção



Não importa de onde vim
Quantas sombras persegui
O tempo não passa por mim
Quando tu estás aqui

O tempo não passa por quem
Se perder no mar, mar
És o meu mar
O tempo não conta p'ra quem
Se encontrar no mar, mar
Sempre no mar

Tantas vidas para viver
Quantas faltam eu não sei
Que o tempo deixou de correr
Quando eu te encontrei

O tempo não passa por quem
Se perder no mar, mar
És o meu mar
O tempo não conta p'ra quem
Se encontrar no mar, mar
És o meu par

quarta-feira, setembro 05, 2012

Manto Branco



Um encanto que acabou
Manto branco sobre a luz
Outro vento que mudou
Manto branco e uma cruz

E dizer, eu posso sorrir
E dizer, eu posso fugir
E mentir, eu posso sentir
Ao viver depois de ti...

Torre santa apelo em vão
Uma herança de mudar
Manto branco pelo chão
Já não te posso tocar

E dizer, eu posso sorrir
E dizer, eu posso fugir
E mentir, eu posso sentir
Ao viver depois de ti...

terça-feira, setembro 04, 2012

Por quem não esqueci



Há uma voz de sempre
Que chama por mim
Para que eu lembre
Que a noite tem fim

Ainda procuro
Por quem não esqueci
Em nome de um sonho
Em nome de ti

Procuro à noite
Um sinal de ti
Espero à noite
Por quem não esqueci
Eu peço à noite
Um sinal de ti
Quem eu não esqueci...

Por sinais perdidos
Espero em vão
Por tempos antigos
Por uma canção

Ainda procuro
Por quem não esqueci
Por quem já não volta
Por quem eu perdi