Entre a manhã que se faz
Invisível de orvalho
E a tarde que traz
Todo o seu brilho...
Sem pedir a maré sobe
Enche a noite de luz
Para se poder já ver
O que é certo acontecer...
... descanso no vazio
... entre as formas dos dias
... dou corpo à mudança
... sigo a circunstância
Entre grandes passos dados
Há enormes intervalos
Entre alguns cruzamentos
Há olhares mais intensos
Foram presos com correntes
Soltam-se de repente
Folhas passam a flores
Ódios por Amores
... descanso no vazio
... entre as formas dos dias
... dou corpo à mudança
... sigo a circunstância
Letra: Hugo Sampaio
Música: Rui Vilhena e Hugo Sampaio
segunda-feira, janeiro 27, 2014
Podes ser
Podes ser
A nuvem, se eu for chuva...?
Podes ser
O rosto de Cristo, se eu for Judas...?
Podes ser
O meu pulmão, se eu for o ar...?
Podes ser
A ilha que me vai salvar...?
Podes ser...
O meu complemento...?
A metade do meu completo...?
O simples no meu complexo...?
Podes ser...?
Podes ser
No meu silêncio, o agasalho...?
Podes ser
No suplício, a minha sombra...?
Podes ser
No meu devir, a minha guia...?
Podes ser
No vento leste, a minha onda...?
Letra: Hugo Sampaio
Música: Rui Vilhena e Hugo Sampaio
A nuvem, se eu for chuva...?
Podes ser
O rosto de Cristo, se eu for Judas...?
Podes ser
O meu pulmão, se eu for o ar...?
Podes ser
A ilha que me vai salvar...?
Podes ser...
O meu complemento...?
A metade do meu completo...?
O simples no meu complexo...?
Podes ser...?
Podes ser
No meu silêncio, o agasalho...?
Podes ser
No suplício, a minha sombra...?
Podes ser
No meu devir, a minha guia...?
Podes ser
No vento leste, a minha onda...?
Letra: Hugo Sampaio
Música: Rui Vilhena e Hugo Sampaio
Desculpa mal dada (abuso de poder)
Foste inventada para um único propósito
Só és utilizada em último recurso
És sempre aliada a diversas situações
És pau para toda a obra, desde o tempo às emoções
És a desculpa mal dada por quem te inventar
Mas por mim estás desculpada, isso é abuso de poder
Tens variantes médias de uso frequente
São as meias-mentiras ditas por toda a gente
Se te tiram o prefixo podem-te prender
Ficas só com a culpa, sem saber o que dizer
És a desculpa mal dada por quem te inventar
Mas por mim estás desculpada, isso é abuso de poder
És a desculpa mal dada por quem te inventar
Mas por mim estás desculpada, isso é abuso de poder
Letra: Hugo Sampaio
Música: Rui Vilhena e Hugo Sampaio
Só és utilizada em último recurso
És sempre aliada a diversas situações
És pau para toda a obra, desde o tempo às emoções
És a desculpa mal dada por quem te inventar
Mas por mim estás desculpada, isso é abuso de poder
Tens variantes médias de uso frequente
São as meias-mentiras ditas por toda a gente
Se te tiram o prefixo podem-te prender
Ficas só com a culpa, sem saber o que dizer
És a desculpa mal dada por quem te inventar
Mas por mim estás desculpada, isso é abuso de poder
És a desculpa mal dada por quem te inventar
Mas por mim estás desculpada, isso é abuso de poder
Letra: Hugo Sampaio
Música: Rui Vilhena e Hugo Sampaio
sábado, janeiro 25, 2014
E.N. 109
Já não há medo
lúcida dor, talvez
filme da vida a rodar
última curva
último grito e, enfim
só este mundo a aguardar.
Se eu pudesse prever o futuro
se eu tivesse podido prever
cálida vida
pálido amanhecer
Oh! quem viesse apartar este
muro
suspender esta pena de mim
doce modorra
fins de tarde sem mim.
De olhos fechados
vejo as coisas tão bem
privilégio terminal
ciclo encerrado
desfecho iminente
que Deus exista, afinal.
Tantos anos contém um segundo!
quantos mais deixarei por viver?
beijos trocados
antes de adormecer
Oh! quem viesse apartar este
muro
suspender esta pena de mim
doce modorra
fins de tarde sem fim.
Música: Telmo Marques
Letra: José Guedes
lúcida dor, talvez
filme da vida a rodar
última curva
último grito e, enfim
só este mundo a aguardar.
Se eu pudesse prever o futuro
se eu tivesse podido prever
cálida vida
pálido amanhecer
Oh! quem viesse apartar este
muro
suspender esta pena de mim
doce modorra
fins de tarde sem mim.
De olhos fechados
vejo as coisas tão bem
privilégio terminal
ciclo encerrado
desfecho iminente
que Deus exista, afinal.
Tantos anos contém um segundo!
quantos mais deixarei por viver?
beijos trocados
antes de adormecer
Oh! quem viesse apartar este
muro
suspender esta pena de mim
doce modorra
fins de tarde sem fim.
Música: Telmo Marques
Letra: José Guedes
Teleguiado
Serás só mais um
A ser teleguiado...?
Aqui neste cantinho
Bem manipulado
Houve quem já deu o passo
Tomou a iniciativa
E tu amigalhaço
Vais andando à deriva...?
Até quando irá durar
A bateria deste comando?
Que te vai teleguiando?
Vais indo nessa tua
Única faixa de rodagem
Vais sendo ultrapassado
E nem vês o tracejado
Ouve as músicas do tempo
Encontra lá o teu alento
Prepara o teu futuro
Pois não há obra sem prumo
Até quando irá durar
A bateria deste comando?
Que te vai teleguiando?
Letra: Hugo Sampaio
Música: Rui Vilhena, Nuxo Espinheira e Hugo Sampaio
A ser teleguiado...?
Aqui neste cantinho
Bem manipulado
Houve quem já deu o passo
Tomou a iniciativa
E tu amigalhaço
Vais andando à deriva...?
Até quando irá durar
A bateria deste comando?
Que te vai teleguiando?
Vais indo nessa tua
Única faixa de rodagem
Vais sendo ultrapassado
E nem vês o tracejado
Ouve as músicas do tempo
Encontra lá o teu alento
Prepara o teu futuro
Pois não há obra sem prumo
Até quando irá durar
A bateria deste comando?
Que te vai teleguiando?
Letra: Hugo Sampaio
Música: Rui Vilhena, Nuxo Espinheira e Hugo Sampaio
terça-feira, janeiro 21, 2014
560
Já pensaram no cinco seis zero?
Não é data nem é número do prémio
Não é combinação de cofre
Ou escavadelas de pá
Nem são as vezes que este país sofre
Pelas voltas que tudo isto dá
É tudo aquilo que fazemos por cá
Seja um par de sapatos, ou uma saqueta de chá
Sempre seguidos, como manda o mercado
Logo ao início, é o nosso código
Nunca serão resultado desportivo
Porque o jogo tem sempre dois lados
Podiam ser em conversa de café
Os metros que o bêbado andou em pé
Podem mesmo ser a salvação aguardada
Da economia e toda esta trapalhada
Ao apostarmos mais na divulgação
Este código nunca será em vão
É tudo aquilo que fazemos por cá
Seja um par de sapatos, ou um casaco de lã
Sempre seguidos, como manda o mercado
Logo ao início, é o nosso código
Letra: Hugo Sampaio
Música: Rui Vilhena e Hugo Sampaio
Não é data nem é número do prémio
Não é combinação de cofre
Ou escavadelas de pá
Nem são as vezes que este país sofre
Pelas voltas que tudo isto dá
É tudo aquilo que fazemos por cá
Seja um par de sapatos, ou uma saqueta de chá
Sempre seguidos, como manda o mercado
Logo ao início, é o nosso código
Nunca serão resultado desportivo
Porque o jogo tem sempre dois lados
Podiam ser em conversa de café
Os metros que o bêbado andou em pé
Podem mesmo ser a salvação aguardada
Da economia e toda esta trapalhada
Ao apostarmos mais na divulgação
Este código nunca será em vão
É tudo aquilo que fazemos por cá
Seja um par de sapatos, ou um casaco de lã
Sempre seguidos, como manda o mercado
Logo ao início, é o nosso código
Letra: Hugo Sampaio
Música: Rui Vilhena e Hugo Sampaio
Casa Partida
Quando vivia em Valpaços nos anos 80 do século passado, os 190 km que separam Porto e Valpaços eram intermináveis. Pelo caminho passávamos por uma casa que entre nós chamávamos a "Casa Partida". Era comum ouvir-se: "Ainda falta muito?!" e a resposta "Ainda não passámos pela Casa Partida". A "Casa Partida", era uma casa que subsistia à margem da estrada, cujo r/c da mesma tinha sido "arrancado" por uma enxurrada, mantendo-se a casa de pé. No local havia placas a sinalizar os mortos.
A casa da foto, tem uma história mais alegre. Parece sorrir! :-)
A casa da foto, tem uma história mais alegre. Parece sorrir! :-)
quinta-feira, janeiro 02, 2014
Mandela
Mandela foi presenteado com duas vacas e quatro carneiros, como recompensa pela sua condição de homem, e depois participou numa cerimónia final, em que ouviu um discurso memorável proferido por um irmão de Jongintaba, o chefe Meligqili, que avisou os jovens de que as promessas de virilidade eram todas uma ilusão, pois eles eram um povo conquistado, escravos no seu próprio país.
Eram chefes que nunca governariam, ou jovens que iriam para a cidade, viveriam em barracas e beberiam álcool barato, ao mesmo tempo que arruinariam os pulmões nas minas, para que o homem branco pudesse viver numa prosperidade inigualável.
Os filhos de Ngubengcuka, a flor da nação xhosa, estavam a morrer.
Embora o chefe talvez pretendesse que as suas palavras fossem um apelo, um aviso, ou mesmo uma chamada às armas, Mandela percebeu que os outros jovens se sentiam como ele - furiosos, não com o homem branco, mas com o chefe, por lhes estragar o grande dia com os seus comentários ignorantes. Naquela altura, para Mandela, o chefe não conseguia apreciar o valor da educação e os benefícios que o homem branco trouxera ao país.
Contudo, o chefe plantara uma semente dentro dele, que, ao longo do tempo, começou a crescer. Como descreve nas suas memórias, percebeu mais tarde que o ignorante nesse dia não era o chefe, mas ele.
A Juventude de Mandela
David James Smith
Eram chefes que nunca governariam, ou jovens que iriam para a cidade, viveriam em barracas e beberiam álcool barato, ao mesmo tempo que arruinariam os pulmões nas minas, para que o homem branco pudesse viver numa prosperidade inigualável.
Os filhos de Ngubengcuka, a flor da nação xhosa, estavam a morrer.
Embora o chefe talvez pretendesse que as suas palavras fossem um apelo, um aviso, ou mesmo uma chamada às armas, Mandela percebeu que os outros jovens se sentiam como ele - furiosos, não com o homem branco, mas com o chefe, por lhes estragar o grande dia com os seus comentários ignorantes. Naquela altura, para Mandela, o chefe não conseguia apreciar o valor da educação e os benefícios que o homem branco trouxera ao país.
Contudo, o chefe plantara uma semente dentro dele, que, ao longo do tempo, começou a crescer. Como descreve nas suas memórias, percebeu mais tarde que o ignorante nesse dia não era o chefe, mas ele.
A Juventude de Mandela
David James Smith
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