terça-feira, novembro 25, 2008

25 de Novembro de 1975


Há 33 anos tivemos uma derrota, mas nunca nada é para sempre!

Eu vim de longe
Letra e Música de: José Mário Branco

Quando o avião aqui chegou
Quando o mês de maio começou
Eu olhei para ti
Então entendi
Foi um sonho mau que já passou
Foi um mau bocado que acabou

Tinha esta viola numa mão
Uma flor vermelha na outra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a fronteira me abraçou
Foi esta bagagem que encontrou

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
Pra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

E então olhei à minha volta
Vi tanta esperança andar à solta
Que não hesitei
E os hinos cantei
Foram feitos do meu coração
Feitos de alegria e de paixão

Quando a nossa festa se estragou
E o mês de Novembro se vingou
Eu olhei pra ti
E então entendi
Foi um sonho lindo que acabou
Houve aqui alguém que se enganou

Tinha esta viola numa mão
Coisas começadas noutra mão
Tinha um grande amor
Marcado pela dor
E quando a espingarda se virou
Foi pra esta força que apontou

E então olhei à minha volta
Vi tanta mentira andar à solta
Que me perguntei
Se os hinos que cantei
Eram só promessas e ilusões
Que nunca passaram de canções

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

Quando eu finalmente eu quis saber
Se ainda vale a pena tanto crer
Eu olhei para ti
Então eu entendi
É um lindo sonho para viver
Quando toda a gente assim quiser

Tenho esta viola numa mão
Tenho a minha vida noutra mão
Tenho um grande amor
Marcado pela dor
E sempre que Abril aqui passar
Dou-lhe este farnel para o ajudar

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei pra aqui chegar
Eu vou p´ra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

E agora eu olho à minha volta
Vejo tanta raiva andar a solta
Que já não hesito
Os hinos que repito
São a parte que eu posso prever
Do que a minha gente vai fazer

Eu vim de longe
De muito longe
O que eu andei prá aqui chegar
Eu vou pra longe
P´ra muito longe
Onde nos vamos encontrar
Com o que temos pra nos dar

quinta-feira, novembro 20, 2008

Uma nefasta consequência dos recibos verdes...


Por estar a trabalhar a Recibos Verdes e por achar que os casos que vou transcrever a seguir, é que deveriam ser divulgados pelo Governo em spots televisivos e outdoors, ao invés da treta das Novas Oportunidades, venho dar-vos conhecimento do seguinte:

Guilherme Rietsch Monteiro

---//---


Arquitecta há mais de dez anos (a recibos verdes claro) num atelier internacionalmente reconhecido, deparo-me agora com uma situação que nunca passei atravessar: um cancro de mama.

Sempre descontei para a segurança social (do meu bolso claro) e esta oferece-me agora uma "baixa" ridícula: posso ficar em casa até 12 meses, sem pagar a prestação à Segurança Social e sem direito a qualquer tipo de remuneração.

Deve-se ter em conta que um tratamento oncológico deste tipo demora cerca de um ano e meio... e a pseudo-baixa é de um ano!

No entanto, se trabalhasse por conta de outrem a mesma baixa poderia alongar-se até três anos. Deduzo então que o Estado parte do princípio que os profissionais liberais (forçados ou não) têm mais saúde e podem alegremente trabalhar entre quimioterapias e nos pós-operatórios.

Vivo neste momento da caridade. Da família e da entidade patronal, apesar das suas ameaças de despedimento. Para que não seja despedida tenho ido trabalhar quando na verdade só me apetece ficar em casa a descansar e a enjoar...

Para além do processo de cura ser doloroso, passo os dias a pensar que não escolhi ter um cancro mas alguém escolheu não me fazer a m**da de um contrato de trabalho e, mais uma vez, não posso contar com o Estado.

Acrescento ainda que tenho um bebé.

Vou iniciar uma acção jurídica contra a "entidade patronal" pois acredito que todo o dinheiro que me devem será o meu meio de subsistência nos próximos tempos.


http://fartosdestesrecibosverdes.blogspot.com/2008/11/testemunho-arquitecta-com-cancro.html

terça-feira, novembro 18, 2008

E se o Sócrates fosse o Pai Natal?!


As crianças teriam que abrir as prendas com cuidado, para não rasgarem os papeis e terem de devolver tudo no fim.
Mas onde, ONDE, é que se devolve este engenheireco?!
Ai 2009 que nunca mais chegas...

Guilherme Rietsch Monteiro

"Magalhães" retirados após saída de Sócrates

Na passada quarta-feira, José Sócrates distribuiu mais de 250 Magalhães em Ponte de Lima. Todavia, no final do dia os alunos tiveram que os devolver porque era apenas uma "experiência" e falta cumprir as formalidades.

Dança do Desempregado


Gabriel O Pensador
in

Quebra Cabeça

Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você

E vai levando um pé na bunda vai
Vai pro olho da rua e não volta nunca mais
E vai saindo vai saindo sai
Com uma mão na frente e a outra atrás
E bota a mão no bolsinho (Não tem nada)
E bota a mão na carteira (Não tem nada)
E bota a mão no outro bolso (Não tem nada)
E vai abrindo a geladeira (Não tem nada)
Vai procurar mais um emprego (Não tem nada)
E olha nos classificados (Não tem nada)
E vai batendo o desespero (Não tem nada)
E vai ficar desempregado

Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você

E vai descendo vai descendo vai
E vai descendo até o Paragüai
E vai voltando vai voltando vai
"Muamba de primeira olhaí quem vai?"
E vai vendendo vai vendendo vai
Sobrevivendo feito camelô
E vai correndo vai correndo vai
O rapa tá chegando olhaí sujô!...
E vai rodando a bolsinha (Vai, vai!)
E vai tirando a calcinha (Vai, vai!)
E vai virando a bundinha (Vai, vai!)
E vai ganhando uma graninha
E vai vendendo o corpinho (Vai, vai!)
E vai ganhando o leitinho (Vai, vai!)
É o leitinho das crianças (Vai, vai!)
E vai entrando nessa dança

Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você

E bota a mão no bolsinho (Não tem nada)
E bota a mão na carteira (Não tem nada)
E não tem nada pra comer (Não tem nada)
E não tem nada a perder
E bota a mão no trinta e oito e vai devagarinho
E bota o ferro na cintura e vai no sapatinho
E vai roubar só uma vez pra comprar feijão
E vai roubando e vai roubando e vai virar ladrão
E bota a mão na cabeça!! (É a polícia)
E joga a arma no chão E bota as mãos nas algemas
E vai parar no camburão
E vai contando a sua história lá pro delegado
"E cala a boca vagabundo malandro safado"
E vai entrando e olhando o sol nascer quadrado
E vai dançando nessa dança do desempregado

Essa é a dança do desempregado
Quem ainda não dançou tá na hora de aprender
A nova dança do desempregado
Amanhã o dançarino pode ser você

segunda-feira, novembro 17, 2008

Afinal como se destrona um Rei?!

Notícia do JN de hoje:




Pauleta formalizou fim da carreira

O avançado Pauleta, melhor marcador da história da selecção portuguesa de futebol, com 47 golos, mais seis do que o "rei" Eusébio, anunciou oficialmente o final da sua carreira, numa entrevista publicada hoje no diário francês "Le Parisien".
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Porque é que uns continuam a ser Reis, depois de batidos?!

Zé Carlos nº 7

quinta-feira, novembro 13, 2008

Medo do ridículo

Ricardo Araújo Pereira, in Visão


O julgamento de Fátima Felgueiras veio provar que, em Portugal, os cidadãos devem ter confiança na Justiça. Sobretudo os cidadãos como Fátima Felgueiras. Em princípio, não há nada que os apanhe. Ainda assim, a sentença é um monumental enxovalho para a ré, e ridiculariza, de modo bastante cruel, a sua conduta. Como? No acórdão, o juiz demonstra a Fátima Felgueiras que estava errada: não valia a pena ter fugido para o Brasil. Foi dinheiro que a presidente da Câmara desbaratou. Ainda por cima, Fátima Felgueiras terá usado, na fuga, dinheiro que, de facto, lhe pertencia, para variar – o que é refrescante. Hoje, não restam dúvidas de que se tratou de uma medida insensata. Em vez de procurar um exílio de cerca de dois anos no Brasil, Fátima Felgueiras poderia ter continuado tranquilamente na sua terra, a presidir à autarquia que dirige. O máximo que lhe acontecia era uma pena suspensa. Não faz sentido andar a fugir por causa de crimes que não são punidos com pena efectiva. E é uma vergonha que políticos que ocupam cargos de alguma relevância desconheçam a lei a este ponto. O estudo das leis permite ao autarca consciente e responsável praticar apenas os crimes que não dão cadeia, e evita fugas tão trabalhosas como desnecessárias.
Na verdade, a pena suspensa é a versão judicial daqueles pais que dizem: «Carlos Miguel, da próxima vez que fizeres isso levas uma palmada», e depois continuam a repetir a mesma ameaça sempre que o Carlos Miguel pratica tropelia igual à primeira, ou pior. O Carlos Miguel, que não é parvo, sabe perfeitamente que aquela palmada está suspensa para sempre. E o mais provável é que, quando crescer, o Carlos Miguel faça carreira como autarca. Dos bons.
Para sermos rigorosos, a sentença que puniu Fátima Felgueiras está, toda ela, suspensa. É certo que são três anos e três meses de pena suspensa e perda do mandato de presidente. No entanto, esta última pena, sendo efectiva, acaba por estar também suspensa. Enquanto Fátima Felgueiras recorre e o tribunal aprecia o recurso, o presente mandato chega ao fim. Quando o tribunal decidir, o próximo mandato (que Fátima Felgueiras obterá, de certeza, e com maioria absoluta, nas próximas eleições) também terá terminado.
Parece claro que a razão pela qual não existe pena de morte em Portugal não tem a ver com pruridos morais, mas com problemas jurídicos. No nosso país, crimes graves podem ser punidos com pena suspensa. Seria uma questão de tempo até um tribunal português decretar uma sentença de condenação à morte por injecção letal suspensa. Nós não abolimos a pena de morte por amor à dignidade do ser humano. Foi por medo do ridículo.

quarta-feira, novembro 12, 2008

Perdidos

Carrega na imagem, para ampliar

Banco Português de Negócios Esquisitos

Ricardo Araújo Pereira, in Visão

Qual é, hoje em dia, a profissão mais rentável? Jogador de futebol? Advogado? Namorada de jogador de futebol? Não. Creio que o ramo de actividade mais atraente para quem quer construir uma carreira de sucesso é ser proprietário de um banco falido. Enquanto o banco não vai à falência, retiram-se todos os benefícios que ser banqueiro oferece; quando vai à falência, não se suporta nenhuma das desvantagens o Estado toma conta de tudo. Quem deve 700 euros pode ter problemas: intimações, tribunais, penhoras. Quem deve 700 milhões, em princípio, está mais à vontade. Se contrair empréstimos, já sabe: aponte para cima. No que toca a devedores, aplica-se o mesmo princípio de mérito que rege o resto da sociedade: os maiores e mais talentosos têm mais dinheiro e prestígio.
Levando tudo isto em consideração, não se percebe por que razão não há programas de auxílio à criação de bancos falidos. É certo que, no momento em que vão à falência, os apoios não faltam. Mas, tendo em conta que se trata de uma actividade tão proveitosa, não deveria ser incentivada desde cedo?
Como toda a gente, teria todo o gosto em fundar um banco falido. Desgraçadamente, contudo, não tenho curso de economia ou gestão, e temo que a minha falta de preparação técnica me levasse a criar um banco bem sucedido e próspero, o que não interessa a ninguém. Só os mais conceituados e bem pagos gestores parecem ter a capacidade para conduzir um banco estrondosamente à bancarrota.
De acordo com a Agência Financeira, no dia 12 de Outubro de 2008, Teixeira dos Santos garantia desconhecer indícios de que algum banco português estivesse com problemas. Menos de três semanas depois, o mesmo Teixeira dos Santos anunciou a nacionalização do BPN. Há aqui uma perspicácia do ministro que talvez deva ser sublinhada. No entanto, se, por um lado, se louva a capacidade do BPN para, três semanas antes de implodir, conseguir camuflar o estado em que se encontra, a verdade é que, noutros aspectos, o banco não foi tão hábil. Normalmente, uma empresa pratica irregularidades para conseguir sobreviver, ou para aumentar os lucros. No BPN, as irregularidades resultaram, segundo o Diário de Notícias, em prejuízos de 360 milhões de euros e perdas acumuladas de 700 milhões de euros. Até para fazer falcatruas é preciso ter talento.

Lurdinhas



quarta-feira, novembro 05, 2008

Hoje eu estou feliz


Hoje eu estou feliz
Obama é Presidente!


Vejam aqui o tamanho da vitória. Até no eleitorado feminino ganhou com 56% dos votos!

Recordo aqui a canção do Gabriel - O Pensador, que me inspirou para o início do post.

Hoje Eu Estou Feliz (Matei o Presidente)

Todo mundo bateu palma quando o corpo caiu
Eu acabava de matar o Presidente do Brasil
Fácil um tiro só bem no olho do safado
Que morreu ali mesmo todo ensanguentado
Quê, saí voando com a polícia atrás de mim
E enquanto eu fugia eu pensava bem assim
"Pô, tinha que ter tirado uma foto
Para mostrar para os meus filhos. Que lindo, pô!"

Eu estava emocionado mas corri para valer
E consegui escapar, ah! Está pensando o quê
E quando eu chego em casa o que eu vejo na TV
Primeira dama chorando perguntando PORQUÊ?
Ah dona Rosane dá um tempo, não enche, não fode
Não é de hoje que seu choro não convence
Mas se você quer saber porque eu matei o Fernandinho
Presta atenção sua puta escuta direitinho
Ele ganhou as eleições e se esqueceu do povão
E uma coisa que eu não admito é traição
Prometeu, prometeu, prometeu e não cumpriu
Então eu fuzilei e vai para a puta que o pariu
É podre sobre podre essa novela é mala
É Alceni com bicicleta e guarda-chuva
LBA presidência chega dessa indecência
Eu apertei o gatilho e agora você é viúva
E não me arrependo nem um pouco do que fiz
Tomei uma providência que me fez muito feliz

Hoje eu estou feliz (Minha Gente)
Hoje eu estou feliz (Minha Gente)
Hoje eu estou feliz Matei o Presidente

Eu estou feliz demais então fui comemorar
A multidão me viu e começou a festejar
“É pensador é pensador
É Gabriel o Pensador
É pensador é pensador
É Gabriel o Pensador”

Me carregaram nas costas
A gritaria não parou
“Eu sou fugitivo não grita o meu nome por favor”
Ninguém me escutou e a polícia me pegou
Tentaram me prender mas o povo não deixou

"O povo unido jamais será vencido"

E uma festa desse tipo nunca tinha acontecido
Estava tudo demais alegria e tudo em paz
E ninguém vai bloquear nosso dinheiro nunca mais
Corintiano, Palmeirense, Flamenguista e Vascaíno
Todos juntos com a bandeira na mão cantando o hino
"Ouviram do Ipiranga as margens plácidas
De um povo heróico um brado retumbante"

E começou o funeral e o povo todo na moral
Invadiu o cemitério numa festa emocionante
Entrámos no cemitério cantando e dançando
E o presidente estava lá já deitado nos esperando
Todos viram no seu olho a bala do meu três oitão
E em coro elogiámos nosso atleta no caixão

Bonita camisa Fernandinho
Bonita camisa Fernandinho
Você nessa roupa de madeira está bonitinho

E como sempre lá também tinha um grupo mais exaltado
Então depois de pouco tempo o caixão foi violado
O defunto foi degolado e o corpo foi queimado
Mas depois não vi mais nada
Porque eu já estava cercado de mulheres
E aquilo me ocupou

“Ah! Deixa eu ver seu revólver Pensador?”

Então eu vi o pessoal numa pelada diferente
Jogando futebol com a cabeça do Presidente
E a festa continuou nesse clima sensacional
Foi no país inteiro um verdadeiro carnaval
Teve um turista que estranhou tanta alegria e confusão
Chegando no Brasil* me pediu informação
“O Brasil foi campeão? Está todo mundo contente”
“Não amigão, é que eu matei o Presidente.”


Hoje eu estou feliz (Minha gente)
Hoje eu estou feliz (Minha gente)
Hoje eu estou feliz! Matei o Presidente

terça-feira, novembro 04, 2008

R.E.M. celebram fim da era W. Bush

in, JN


A banda americana R.E.M. comemorou segunda-feira num espectáculo no Chile "o fim da era Bush e o começo de uma nova revolução nos Estados Unidos e em todo o mundo", relata a EFE.

"Este é o último espectáculo dos R.E.M. com George W. Bush como presidente dos Estados Unidos, amanhã vamos celebrar o início de uma nova era na história", gritou entusiasmado o vocalista do grupo, Michael Stipe.

Milhares de jovens começaram nesse momento a cantar o nome do candidato democrata à Presidência dos Estados Unidos, enquanto os ecrãs exibiam a foto de um sorridente Barack Obama.

Os R.E.M. estão em digressão para promover seu novo álbum "Accelerate".