segunda-feira, junho 01, 2009

Sem eira nem beira



Se eu fosse um dia o teu olhar

Frio o mar
Por entre o corpo
Fraco de lutar
Quente o chão
Onde te estendo
Onde te levo a razão
Longa a noite e só o sol
Quebra o silêncio
Madrugada de cristal
Leve, lento, nu, fiel
E este vento
Que te navega na pele

Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre, assim sou eu
Um pouco mais...
Solta-te a voz lá do fundo
Grita, mostra-me a cor do céu

Se eu fosse um dia o teu olhar
E tu as minhas mãos também
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém
Se eu fosse um dia o teu olhar
E tu as minhas mãos também
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém

Sangue ardente
Fermenta e torna aos
Dedos de papel
Luz dormente
Suavemente pinta o teu rosto a pincel
Largo a espera
E sigo o sul
Perco a quimera
Meu anjo azul
Fica, forte, sê amada
Quero que saibas
Que ainda não te disse nada

Pede-me a paz
Dou-te o mundo
Louco, livre, assim sou eu
Um pouco mais...
Solta-te a voz lá do fundo
Grita, mostra-me a cor do céu

Se eu fosse um dia o teu olhar
E tu as minhas mãos também
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém
Se eu fosse um dia o teu olhar
E tu as minhas mãos também
Se eu fosse um dia o respirar
E tu perfume de ninguém

Camilo Mortágua no Porto