in, JN
Proclamou a dra. Ferreira Leite, para justificar a sua oposição aos casamentos homossexuais, que o casamento "tem por objectivo a procriação", à maneira daquele piedoso bispo italiano que um dia destes negou casamento a um paraplégico da cintura para baixo por ele não poder "procriar" (ainda se fosse paraplégico da cintura para cima, mas constara ao bispo que é da cintura para baixo que se procria!).
A levar a dra. Ferreira Leite a sério (o que, convenhamos, é cada vez mais difícil), se ela chegar um dia a primeira-ministra, os casais inférteis que se cuidem: não haverá casamento para ninguém. E o mesmo quanto aos casais que, por qualquer motivo, não pensem em (elegante expressão) "procriar". Ao mesmo tempo, será excluído do Código Civil, por indecente e má figura, o vetusto instituto do casamento "in articulo mortis", pois não é crível que um moribundo se ponha apressadamente a "procriar" mal se apanhe casado e antes que se fine. Com a dra. Ferreira Leite a primeira-ministra, talvez passe mesmo a ser obrigatório, para evitar fraudes, "procriar" (isto é, pagar) primeiro e casar depois
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