domingo, novembro 29, 2009

Uma Aventura em Angra do Heroísmo - Parte 9


Palácio Bettencourt


Edifício de arquitectura barroca, construído nos finais do séc. XVII, princípios do séc. XVIII, com algumas alterações posteriores que não afectaram a beleza arquitectónica do edifício.



Na fachada principal podemos admirar um rico pórtico lavrado em cantaria da região, constituído por duas colunas, salomónicas encimadas por capitéis compósitos e arquitrave, e uma ampla cartela que envolve a pedra de armas da família que aqui viveu - a família Bettencourt.



Bom exemplo das casas solarengas de Angra.

quinta-feira, novembro 19, 2009

Estes gaj@s enervam-me!


Estes gaj@s enervam-me mesmo!
Como é possível, com o número super reduzidíssimo de mortes com gripe A, andarem a fazer tanto alarido, nunca referenciando o número de mortes que houve no mesmo período com gripe comum, e agora, quando já morreram 3 fetos por causa da vacina, virem dizer que todos os anos morrem 300 fetos...
Que interesses obscuros há aqui por trás?! Como é que esta gente vem falar, e afirmar coisas que não sabem?! Que ganham com isso?! Não sei, mas têm que ganhar alguma coisa de certeza, é impossível serem tão incompetentes e ignorantes, para dizerem o que dizem, sem andarem a mamar!
Este pânico, esta gripe e esta vacina, servem apenas aos interesses laboratoriais de uma qualquer farmacêutica (aconselho vivamente a leitura e/ou o visionamente de "O Fiel Jardineiro"). A vacina foi feita às 3 pancadas. Começou a ser distribuída há semanas, e vêm dizer "se foi por causa da vacina, é o primeiro caso em todo mundo...", como se quer o vírus, quer a vacina existissem há uma eternidade! Se é tudo novo, é natural que as coisas só aconteçam agora, ou não?! Como é possível defenderem algo sobre a qual não têm responsabilidades, em vez de aconselharem prudência, pedirem averiguações, até haver provas do que verdadeiramente aconteceu? Não havendo conclusões, falar claramente a todos nós, explicando que não se pode dizer porque aconteceu. Agora, virem tão rapidamente dizer que está tudo bem, e já vamos no 3º caso (morrem mais depressa fetos de mães vacinadas, do que pessoas com gripe A), só pode significar coisas muitas obscuras por trás... Até alguém desvendar a face oculta...

sexta-feira, novembro 13, 2009

Recordando Guerra Junqueiro

Descobre as diferenças entre o antes e o agora!

"Um povo imbecilizado e resignado, humilde e macambúzio, fatalista e sonâmbulo, burro de carga, besta de nora, aguentando pauladas, sacos de vergonhas, feixes de misérias, sem uma rebelião, um mostrar de dentes, a energia dum coice, pois que nem já com as orelhas é capaz de sacudir as moscas; um povo em catalepsia ambulante, não se lembrando nem donde vem, nem onde está, nem para onde vai; um povo, enfim, que eu adoro, porque sofre e é bom, e guarda ainda na noite da sua inconsciência como que um lampejo misterioso da alma nacional, reflexo de astro em silêncio escuro de lagoa morta (...)

Uma burguesia, cívica e politicamente corrupta até à medula, não descriminando já o bem do mal, sem palavras, sem vergonha, sem carácter, havendo homens que, honrados (?) na vida íntima, descambam na vida pública em pantomineiros e sevandijas, capazes de toda a veniaga e toda a infâmia, da mentira a falsificação, da violência ao roubo, donde provém que na política portuguesa sucedam, entre a indiferença geral, escândalos monstruosos, absolutamente inverosímeis no Limoeiro (...)

Um poder legislativo, esfregão de cozinha do executivo; este criado de quarto do moderador; e este, finalmente, tornado absoluto pela abdicação unânime do país, e exercido ao acaso da herança, pelo primeiro que sai dum ventre - como da roda duma lotaria. A justiça ao arbítrio da Politica, torcendo-lhe a vara ao ponto de fazer dela saca-rolhas.

Dois partidos (...), sem ideias, sem planos, sem convicções, incapazes (...) vivendo ambos do mesmo utilitarismo céptico e pervertido, análogos nas palavras, idênticos nos actos, iguais um ao outro como duas metades do mesmo zero, e não se amalgamando e fundindo, apesar disso, pela razão que alguém deu no parlamento, de não caberem todos duma vez na mesma sala de jantar (...)"


Guerra Junqueiro, in "Pátria", escrito em 1896

Conta-me histórias



A argamassa alegórica dos muros metafóricos



Somos um povo de construtores civis da metáfora, de patos-bravos da figura de estilo - o que não tem mal nenhum

in: Visão


As carinhosas irmãs vicentinas que me educaram até à quarta classe suportaram o meu ateísmo sem o mais pequeno queixume. E suportaram-me a mim com o mesmo silêncio, o que é ainda mais notável. O facto de não terem tentado sequer convencer-me a fazer ao menos o baptismo revela um respeito tão firme pela liberdade religiosa que chega a comover-me. Por outro lado, pode dar-se o caso de não terem querido oferecer um sacramento ao pecadorzinho pertinaz que, sem dúvida nenhuma, perceberam que estava ali a despontar. Também comove: senhoras que viviam em reclusão, com pouca experiência do mundo real, conseguiam mesmo assim topar um selvagem aos seis anos. Mas, mesmo não tendo desperdiçado proselitismo que lhes fazia falta para salvar almas mais merecedoras da salvação, ainda assim ensinaram-me canções religiosas. Esta semana, recordei uma que se chamava Os muros vão cair.

É interessante quando certos pormenores da biografia do cronista se adequam ao tema tratado na crónica, não é? Ficamos com a sensação de que o tempo passa pelo mundo e pelo cronista do mesmo modo, que deixa em ambos a mesma marca, e sobretudo que o mundo e o cronista têm a mesma importância, o que é especialmente agradável. (Para o cronista. Para o mundo, é relativamente desprestigiante.) Por isso, sempre que posso invento um facto biográfico que se relacione com os principais acontecimentos da semana. Desta vez, não precisei de fazê-lo. As freiras ensinaram-me mesmo a música político-religiosa Os muros vão cair, que falava de muros metafóricos em geral para falar do muro de Berlim em particular.

A esta distância, constato que as vicentinas tinham duplamente razão: dez anos depois, o muro de Berlim caiu mesmo, e 20 anos depois da queda as metáforas sobre muros continuam pujantes. Quando, na passada segunda-feira, se comemorou o aniversário da queda do muro, ficou claro que as metáforas com muros estão para o muro de Berlim como a pergunta "Queria, já não quer?" está para os clientes dos cafés que, por educação, fazem o pedido no pretérito imperfeito. A queda do muro é uma efeméride que, ano após ano, ouve sempre as mesmas piadas. Todos, mas mesmo todos os comentadores lembraram outros muros que, à semelhança do de Berlim, devemos derrubar. O muro da intolerância, o muro da injustiça ou o muro da desigualdade social foram alguns dos muros mais citados. E todos, mas mesmo todos, apontaram a seguir as pontes que devem ser construídas nas ruínas dos muros. A ponte da esperança e a ponte do entendimento entre os povos foram as duas infra-estruturas metafóricas mais referidas. Se juntarmos a estes muros e pontes as auto-estradas da informação, percebemos que as metáforas sobre obras-públicas são, sem dúvida nenhuma, as mais populares do espaço público português. Somos um povo de construtores civis da metáfora, de patos-bravos da figura de estilo - o que não tem mal nenhum. Estou só a observar um fenómeno sem o julgar. Por favor, não me enfiem no túnel da incompreensão.

domingo, novembro 08, 2009

Uma aventura em Angra do Heroísmo - Parte 8



Igreja do Santíssimo Salvador da Sé




Edificada por ordem do Cardeal D. Henrique, a partir de 1570, sobre a anterior igreja paroquial construída por Álvaro Martins Homem (cerca de 1461). Nela está sepultado, entre outros, o provedor das Armadas Pero Anes do Canto.





De estilo renascentista e "chão", foi seu mestre de obras Luís Gonçalves. Voltada a Norte, contraria o costume antigo das igrejas com capela-mor virada a Jerusalém.
Do primitivo altar-mor conservam-se os painéis da vida de Cristo (pintura sobre madeira, séc. XVI).
A estante de leitura ao estilo indo-português, em jacarandá do Brasil com marfim de baleia, e executada nos Açores é um testemunho precioso dos Açores como pólo de encontro de culturas.
O frontal em prata do altar do Santíssimo, feito entre 1702 e 1720 por Manuel Carneiro de Lima para a Confraria do Santíssimo, é um rico exemplo de ourivesaria terceirense.

domingo, novembro 01, 2009

Uma aventura em Angra do Heroísmo - Parte 7



Palácio dos Capitães Generais




No lugar onde antes existiam as casas da família Távora, construíran os Jesuítas um colégio com um Pátio de Estudos (onde é agora o parque de estacionamento) e Igreja.
Em 1776, o 1º Capitão General dos Açores, D. Antão de Almada, propõe e começa a adaptar o edifício a palácio.
Por duas vezes foi Paço Real (1832 - D. Pedro IV, 1901 - D. Carlos I).
O templo, rico em talha dourada, azulejaria e imagens, reflecte a Igreja da reforma e, simultaneamente, a influência do gosto pelos motivos decorativos das Índias.
O edifício ainda conserva estruturas dessa época.