quinta-feira, maio 29, 2008

Procura de diálogo à esquerda junta socialista Manuel Alegre e Bloco

29.05.2008 - 09h00 São José Almeida, in Público

O deputado do PS Manuel Alegre, o do BE José Soeiro e a professora catedrática e ex-secretária-geral do Graal Isabel Allegro de Magalhães serão oradores da Festa por Abril e Maio que se realiza a 3 de Junho, no Teatro da Trindade, em Lisboa. Às intervenções seguem-se concertos dos Rádio Macau, de António Manuel Ribeiro e o conjunto Terrakota.

Em declarações ao PÚBLICO, Manuel Alegre salientou a importância da sessão, mas afastou que ela significasse o lançamento de um movimento político. "A ideia é juntar o que está disperso, juntar pessoas de esquerda sem alimentar ilusões", afirmou Alegre, concluindo: "É um acto novo que pode trazer confiança e é um sinal de que há outras coisas, outros mundos, que há esquerda".

Este encontro está a ser promovido por um abaixo-assinado que reúne já a subscrição de várias personalidades de esquerda e onde "é tempo de buscar os diálogos abertos e o sentido de responsabilidade democrática que têm de se impor contra o pensamento único, a injustiça e a desigualdade".

O texto é subscrito por individualidades tão diversas como a escritora Ana Luísa Amaral, o professor universitário António Nóvoa, Elísio Estanque e José Manuel Pureza, o ex-dirigente do PCP Carlos Brito, o arqueólogo Cláudio Torres, a responsável da Cuidar o Futuro Fátima Grácio, o líder do BE, Francisco Louçã, o fundador do PS José Neves, o editor Nélson Matos, o músico Francisco Fanhais e o sindicalista Ulisses Garrido. Os subscritores traçam um quadro negro do país: "Novas e gritantes desigualdades, cerca de dois milhões de portugueses em risco de pobreza, aumento do desemprego e da precariedade, deficiências em serviços públicos essenciais, como na saúde e na educação. Os rendimentos dos 20 por cento que têm mais são sete vezes superiores aos dos 20 por cento que têm menos".

E prossegue: "A corrupção e a promiscuidade entre diferentes poderes criaram no país um clima de suspeição que mina a confiança no Estado". Defendendo que, "numa democracia moderna, os direitos políticos são inseparáveis dos direitos sociais", pelo que, "se estes recuam, a democracia fica diminuída".

Sem comentários: