Portugal parou ontem com a notícia de que o presidente da República interrompera as férias para fazer uma comunicação "verdadeiramente importante" ao país.
Os cafés, a rua, a blogosfera, os jornais "online", interrogavam-se sobre o que levaria o presidente a deixar a praia (enfim, o céu estava um pouco nublado e o tempo prometia chuva, mas isso não era suficiente) para ir a Belém falar às televisões à hora dos telejornais.
Seria a lei do divórcio?, a crise petrolífera e o regresso do "nuclear sim, sff" do sr. Patrick Monteiro?, o primeiro computador português, o Magalhães, que afinal não é primeiro, nem é português, nem é Magalhães?, iria Cavaco Silva demitir o Governo? Também eu, às 20 em ponto, estava em ânsias diante do televisor (cá para mim, a comunicação era sobre o João Moutinho).
Afinal era sobre uns artigos do Estatuto dos Açores, e o país soltou um grande suspiro de alívio. Às 20 e 15 já tudo voltara à normalidade. E eu, desligado o televisor, voltara a O'Neill: "Encontro um resmunguarda que me intima/ a parar // Seria por suspeita? Seria por rotina? / Não. Foi para conversar…"
Sem comentários:
Enviar um comentário