quarta-feira, janeiro 18, 2012

O lenço e a flor





Luís Represas / João Gil

Vejo o nó da gravata
fecho o botão de punho
o lenço no bolso
a flor na lapela,
amantes
olharam-se os dois

Uma pétala cai
sobre o pano sem cor
ainda me trazes
o cheiro traidor
parece que o tens
ainda.

Velho
sem tempo,
um novo momento
descobre-me à esquina
do que eu sou capaz.
Se tremo é porque amo
se choro é por mim
se rio é só por ti.

Passo a mão no chapéu
sei que vai resultar
o relógio no pulso
já o deixei parar
amanhã talvez volte a rodar

O lenço a flor
saímos os três
galantes na rua
que vai pro jardim...
eu sei que ela espera por mim.

Sem comentários: