Aproveitei a questão para fazer formação cívica aos meus alunos do 7º ano.
Acho que mais importante do que discutir o estrangeirismo da palavra, ou a violência em si, faz mais sentido discutir o tipo de brincadeiras que eles têm.
Primeiro incutir-lhes que toda a brincadeira "parva", tem as suas consequências, e que eles são responsáveis por elas e segundo que nenhum de nós reage da mesma maneira às mesmas coisas. Se um de nós pode reagir com um encolher de ombros quando colocado dentro de um armário, outro pode reagir de forma violenta e outro ainda pode ganhar um medo tal de quem o colocou no armário, que ao vê-lo desata a correr a fugir, podendo atravessar uma rua sem olhar e ser atropelado (ou atirar-se para dentro de um rio, sabendo que não sabe nadar).
E dei-lhes outros exemplos de brincadeiras que presenciei e que podem ter consequências:
- andar a atirar garrafas de água pelo ar, encharcando o chão de um pavilhão.
alguém escorrega e parte uma perna... eles são responsáveis
- andar com um colega às costas debaixo de um vão de escadas.
batem com a cabeça do colega nalgum lado... são responsáveis
Acima de tudo, este tipo de educação, responsabilizar, mostrar que as nossas acções têm consequências, mesmo que não as desejássemos, partem de casa.
Quando o meu sobrinho faz uma asneira e lhe ralho, responde logo: "foi sem querer"... Pois foi, mas explico-lhe sempre que podia ter sido evitado. Se ele se levanta da mesa a correr e com os braços leva tudo à frente e entorna um copo que está em cima da mesa, é óbvio que foi sem querer, não o fez de propósito, mas poderia ter sido evitado, se se levantasse da mesa com calma. E é sempre estas lições que ele leva de mim.
De resto, isto é também um pouco o que se passa na praxe.
Uns interpretam o que se passa como uma brincadeira, participam com gosto e defendem com unhas e dentes, outros sujeitam-se porque têm medo. E, infelizmente, raras não são as vezes, em que as brincadeiras têm consequências...
3 comentários:
Olá :D
Somos um grupo de alunos do 12º ano e estamos a desenvolver um projecto sobre Bullying.
Achámos muito interessante a forma como encara toda esta questão porque é de facto muito importante qe todos os alunos tenham alguém que fale com eles sobre o tema.
Ao longo do desenvolvimento do projecto, temo-nos deparado com alunos que falam abertamente das suas experiências dando a entender que é algo fácil de ultrapassar, enquanto outros se fecham para si (depende também da gravidade das situações), mas o que se tem tornado bastante claro, é que grande parte dos agressores já foi também uma vítima. O Bullying acaba por ser uma espécie de processo de transferência qe tem de ser "cortado" em algum lado... O problema é saber se o mais correcto é dirigirmo-nos mais aos agressores ou às vítimas.
O importante é claro, é alertar os alunos para esta realidade e fazê-los ver qe podem sempre desabafar e contar o que se passa.
E é também importante que os agressores saibam que Bullying é punido pelo código penal!
É óptimo que haja professores que falem disto com os alunos :)
Obrigado!
Texto maravilhoso! Sorte dos seus alunos terem a sua orientação consciente!
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