quinta-feira, março 15, 2012

Canção do bandido (o Zorro)


João Monge / João Gil


Quando me chamas bandido
Como se eu fosse um caso perdido
Que se dá sempre o golpe perfeito no teu coração
Já sei que vai haver assalto
Vou começar no teu salto alto
E acabar prisioneiro na cova-do-ladrão

Quando me chamas canalha
Por dá cá aquela palha
É o teu jeito matreiro de lançar as redes
Dizes asneiras baixinho
Para poupar o pobre do vizinho
De saber de nós dois pelas paredes

Quando me chamas pelo nome
Até fico com frio e com fome
Como aquele menino da rua que anda perdido
Então peço a todos os santos
Que devolvam os meus encantos
E que tu me voltes a chamar apenas bandido
 

Eu quero marcar o “Z” dentro do teu decote
Ser o teu Zorro de espada e capote
Para te salvar à beirinha do fim
Depois, num volte-face, vestir os calções
Acreditar de novo nos papões
E adormecer contigo ao pé de mim

Eu quero ser para ti a camisola 10
Ter o Porto todo nos meus pés
Marcar um ponto na tua atenção
Se assim, faltar a festa na tua bancada
Eu faço a minha última jogada
E marco um golo com a minha mão (mesmo à Benfica... ;-))

Eu quero passar contigo de braço dado
E a rua toda de olho arregalado
A perguntar: como é que conseguiu?
Eu puxo da humildade da minha pessoa
Digo da forma que menos magoa:
Foi fácil! Ela é que pediu.

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