Fui dirigente em 2 direcções diferentes de uma associação de Comércio Justo. Numa delas, tivemos grandes discussões com os nossos parceiros, com as despesas que mantinhamos com actuais ou novos funcionários. Argumentavamos nós, que um funcionário não pode ser visto apenas como despesa, pois todo o trabalho que um funcionário (mesmo que apenas administrativo ou de sensibilização) faz, traz benefícios e tudo isso tem de ser contabilizado no saldo final.
Com os investimentos públicos, passa-se o mesmo!
Rui Rio chegou à Câmara do Porto e acabou com tudo o que era cultura.
Em Angra do Heroísmo, PSD e CDS fazem ataque cerrado à CulturAngra. A Câmara de Angra, começa a fazer cortes, e a acabar com eventos que já duram há anos, como o AngraRock, por exemplo, pois o orçamento para a CulturAngra tem sido boicotado pela direita.
A direita, vê despesa, e quer acabar com ela, não vê que a despesa pode gerar riqueza. Se não para a autarquia, para os seus munícipes. E uma autarquia não se deve preocupar com isso? Custa muito a entender, que havendo (p.e.) bom cinema, com regularidade, os cafés e restaurantes perto do Centro Cultura de Angra, lucram com isso? E é só um exemplo!
E o mesmo se passa com as grandes obras nacionais. Sócrates parece ter descoberto há dias na Assembleia da República num debate com Francisco Louçã, que o Bloco de Esquerda é a favor do investimento público.
Francisco Louçã é subscritor de um documento a defender as grandes obras.
Pessoalmente, não vejo que seja preciso um TGV, não para ligar o país, posso aceitar que seja importante para nos ligarmos à rede da Alta Velocidade Europeia, já para ligar Porto-Lisboa-Faro, penso ser desnecessário, quando o actual Alfa-Pendular pode andar à mesma velocidade do TGV, desde que com outras linhas.
Quanto ao novo aeroporto sou absolutamente contra! Lisboa não precisa de um novo aeroporto! Se está prestes a ficar suturado (se é que isso é mesmo verdade, pois já vi reportagens em que mesmo isso é duvidoso), é verdade é que está assim porque tudo passa por lá. São inúmeros os exemplos que tenho (eu para ir a Malta, tive de apanhar voo em Lisboa, a minha mãe para ir a Porto Santo também, a minha irmã para ir à Suiça, idem aspas, e na Terceira, quando 80% dos continentais que cá estão querem ir para o Porto, são obrigados a irem para Lisboa, pois voos Terceira-Porto só há de Junho a Setembro...). Se houver uma descentralização, se as pessoas não forem obrigadas a passar por Lisboa, ver-se-á que a Portela está aí para as curvas.
Apesar desta opinião pessoal, sou claramente a favor de que o país precisa de investimento e de obras. A medida que o Bloco anunciou agora para substituir o aeroporto (caso ele não venha a ser adjudicado, pelo que se antevê das recentes palavras de Sócrates), parece-me boa: investir na requalificação de casas. Esse tipo de despesa, trará bons proveitos e é um investimento absolutamente necessário.
Guilherme Rietsch Monteiro
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